domingo, 12 de maio de 2013

DOPS carioca será centro de memória das vítimas da ditadura

Boa decisão tomada pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, de ceder o prédio onde funcionou durante o regime militar o extinto Departamento de Ordem Política e social (DOPS) carioca para a criação de um centro de memória das vítimas da ditadura.

Sérgio Cabral anunciou sua decisão na cerimônia de posse da Comissão da Verdade fluminense. A decisão de Cabral encerra, também, uma disputa. A Polícia Civil queria instalar no imóvel o Museu da Polícia, e havia, também, o risco de que o ex-DOPS poderia ter destinação comercial.

"Ninguém é contra a memória, mas a memória mais importante é que aquilo lá serviu de palco para torturas físicas e mentais e processos covardes e fascistas. Então esse é o ponto mais importante. E isso pode conviver muito bem com o próprio histórico da Polícia Civil, que é uma instituição de quase 200 anos. Não tem nenhum problema", justificou Sérgio Cabral. Agora a Comissão da Verdade do Rio vai constituir um grupo de trabalho com a Polícia Civil e a Secretaria de Cultura para elaborar um projeto para o Museu.

Peritos internacionais investigarão morte de Jango

Presentes à posse da Comissão da Verdade estadual fluminense, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade (CNV), anunciaram que uma equipe de peritos internacionais começa a trabalhar nas investigações sobre a morte do ex-presidente João Goulart, o Jango, antes mesmo de a CNV oficializar o pedido de exumação do corpo do ex-presidente.

Menos estudado dentre os ex-presidentes brasileiros - até porque os militares da ditadura fizeram de tudo para denegrir seu nome e estigmatizar sua imagem -, o ex-presidente Jango morreu em 1976 em episódio cercado de suspeitas de assassinato. Jango era do PTB (antigo, existente entre 1945 e 1965) e foi deposto pelo golpe militar de 31 de março de 1964.

Morreu em Mercedes (Argentina) em 6 de setembro de 1976, oficialmente de um ataque cardíaco. Foi o único ex-presidente brasileiro a morrer no exílio. Mas há tempos são levantadas suspeitas de envenenamento que teria sido organizado numa ação da Operação Condor, aquela aliança de colaboração entre órgãos de repressão das ditaduras sul-americanas nos anos 70 e 80. O ex-agente da polícia política uruguaia Mario Neira Barreiro afirmou que o ex-presidente teve envenenada sua caixa de remédios para problemas do coração, o que o teria matado.

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