quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Comissão da Verdade prepara novo relatório


O presidente regional do PCB, Luiz Navarro (à esq.) integra a comissão, apresentada na  Aleam. Foto: Alberto César Araújo

Criada em maio deste ano, a Comissão pela Verdade, Memória e Justiça do Amazonas, que faz parte da Comissão Nacional da Verdade, prepara novo relatório que deve ser entregue ao comitê nacional até fevereiro do ano que vem. A Comissão da Verdade foi criada pelo governo federal em Brasília e, simultaneamente, em todos os Estados do Brasil, cujo objetivo é apurar crimes de violação de direitos humanos durante a Ditadura Militar, como torturas, assassinatos, perseguições políticas e desaparecimentos forçados.

A informação foi dada pelo membro da comissão amazonense, Luiz Navarro (PCB), que desenvolve o papel de pesquisador do grupo. “Nós estamos preparando outros trabalhos agora na área dos sindicatos, onde a ditadura também foi truculenta. Acredito que entre janeiro e fevereiro, já tenhamos material para enviar a Comissão Nacional da Verdade”, adiantou o ex-candidato a prefeito de Manaus.

Em outubro deste ano, a Comissão da Verdade do Amazonas entregou o primeiro relatório ao Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) e ao Comitê Nacional. No relatório, constavam informações importantes acerca do genocídio sofrido pelo povo Waimiri-Atroari, durante a construção da rodovia 174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR).

O relatório, que conta com mais de cem documentos anexados e mais de 200 documentos referenciados, apontam o desaparecimento de mais de dois mil índios da tribo Waimiri-Atroari e estabelece uma relação da construção da BR-174 com as mortes.

Na avaliação do deputado estadual José Ricardo (PT), que também compõe o comitê, os seis primeiros meses de trabalho do grupo foram importantes para dar visibilidade aos trabalhos desenvolvidos pela Comissão da Verdade.

“O balanço preliminar é de que o comitê começou a dar certa visibilidade a essa questão da Comissão Nacional da Verdade, ou seja, permitiu que tivesse um espaço para discutir, buscar possíveis investigações e levantamento de informações sobre pessoas e situações da época da ditadura militar”, explicou. O grupo deve entrar em recesso no final do ano.

Apesar da “visibilidade”, várias situações foram colocadas no comitê e nenhuma teve uma conclusão, disse José Ricardo. O único documento concluso até agora e enviado a Brasília foi o relacionado aos crimes cometidos contra os índios Waimiri-Atroari.

Dificuldades

Um dos empecilhos enfrentados pelo grupo local é a falta de instrumentos para investigação e devido os trabalhos serem feitos de forma voluntária. Atualmente, as reuniões acontecem numa sala cedida pelo Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, localizado no bairro Praça 14, Zona Sul.

“Na verdade, à medida que têm nomes que citados nas investigações, se faz uma visita para ver se os familiares têm interesse para tratar do assunto”, esclareceu o deputado. Apesar das dificuldades, José Ricardo acredita que o comitê local já deu os primeiros passos, “que antes não tinha e agora tem”.

Fonte: http://www.emtempo.com.br/politica/19701.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário