quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Argentina condena à prisão perpétua mais 14 militares da ditadura


Parabéns ao Tribunal Federal da cidade de Bahia Blanca, no Sul da Argentina, que fez justiça esta semana e condenou 14 militares da reserva e ex-policiais à prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos contra 90 pessoas durante a última ditadura militar (1976-1983) no país.

Todos os condenados integravam o Exército ou às forças de segurança da Argentina durante o nefasto regime militar e cumprirão a pena em regime comum no Serviço Penitenciário Federal. Os réus foram condenados pelos crimes de privação ilegal de liberdade, tortura e homicídio cometidos no campo de detenção clandestino instalado em Bahia Blanca.

Os 14 condenados foram acusados e responderam a processo por envolvimento com 90 vítima levadas, torturadas, assassinadas ou que passaram por este campo chamado La Escuelita (A Escolinha).

Casos emblemáticos, como emblemático é o avanço na Argentina

Dali, dentre tantos que entraram para a história, dois casos são emblemáticos das ditaduras que sufocaram o continente dos anos 60 aos anos 80: o desaparecimentos de duas mulheres, grávidas, sequestradas e levadas até o campo clandestino. A estimativa é que cerca de 30 mil pessoas desapareceram ou foram assassinadas por motivos políticos durante a ditadura na Argentina.

Diante da sentença do Tribunal de Bahia Blanca esta semana, o mínimo que se pode dizer é que trouxe paz e conforto aos familiares e a tantos cidadãos de todo o mundo que acompanharam essas tragédias no continente. Ainda bem que muitos países já revogaram leis conciliatórias que beneficiavam com anistia os integrantes daqueles regimes.

Muitos países estão na frente, avançados já, em seus processos de revisão da história, julgando e condenando os assassinos que diziam agir em nome do Estado naquele período. Muitos destes países julgaram e condenaram à prisão perpétua até generais ex-presidentes.

A Argentina é um destes casos. Exemplar na medida em que fez justiça, processou, julgou e condenou sem quaisquer atenuantes os criminosos daquele período chegando até a ex-presidentes generais, almirantes e brigadeiros.

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