segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Casa da Morte, em Petrópolis, a caminho de se tornar um memorial da resistência


"É uma grande vitória da sociedade democrática e a OAB-RJ se orgulha de ter contribuído para a causa. O próximo passo será transformar a famigerada Casa da Morte em memorial. Assim, a cidade de Petrópolis fica desagravada em sua honra, já que o local deixa de ser uma mancha e passa a ser uma lembrança de que o Brasil viveu tempos tenebrosos que não mais devem voltar".

Perfeita a interpretação que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-secção Rio de janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous, dá à decisão do prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi (PT) ao declarar de utilidade pública a chamada Casa da Morte, nesta cidade serrana do Estado do Rio.

O imóvel situado na rua Arthur Barbosa, 668, funcionou nos anos 70, no regime militar, como um centro clandestino de torturas e assassinatos montado pelo Centro de Informações do Exército (CIE).

Local agora vai virar museu ou memorial da resistência

Na casa da Morte foram torturados e mortos cerca de duas dezenas de presos políticos, dos quais apenas um, a ex-militante da VAR-Palmares Inês Etienne Romeu, conseguiu sair vivo. A declaração de utilidade pública é o primeiro ato do processo para desapropriar o local para a construção ali de um museu ou de centro de memória.

Wadih Damous, em nome da OAB-RJ, junto com o Conselho de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis e o governo federal, foi um dos autores do pedido para que a Prefeitura declarasse o local de utilidade pública.

A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, também aplaudiu a iniciativa. "Manter esses sítios é manter viva a memória das terríveis violações de direitos, é reconhecê-los, para que nunca mais tenhamos qualquer tipo de ditadura no país", elogiou a ministra.

Agora o exemplo precisa ser seguido por outras capitais e cidades brasileiras que viveram o infortúnio de sediar centros de tortura montados pela ditadura militar. Principalmente porque perpetuar a memória de acontecimentos nefastos como aqueles é uma forma de contribuir para que tempos e fatos tão sombrios quanto os daquele período nunca mais se repitam em nossa história.

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